Naquela aurora de sol ainda distante,
um pássaro pousou no parapeito da janela.
Piou, o seu canto alegre e confiante,
para me despertar para a manhã bela.
Trazia no seu bico uma linda flor,
que colhera nos campos vastos e verdejantes,
e trazia mais – um toque do seu amor
para tornar os meus dias mais entusiasmantes.
Ó passarinho, perguntei-lhe um dia,
poderás trazer-me mais do teu encanto,
da tua simplicidade, a tua canção de alegria,
e afastar toda a minha dor e desalento?
E eis que o pássaro respondeu, sorridente,
Nada há mais puro neste grande mundo
do que o amor que sentimos por toda a gente,
aquele sem preconceito, o amor profundo.
Ao pássaro mostrei o meu sorriso de outrora,
e, sabiamente, ao ver a sua missão cumprida,
ele voou graciosamente pelos céus azuis fora,
para alegrar, quem sabe, outra alma ferida.
Elisabete Martins de Oliveira
08.03.2019