De que serve o dinheiro se não temos tempo? De que serve termos tantos recursos quando não os podemos usufruir?
Podemos viver iludidos o tempo que quisermos, mas uma coisa é certa: o dinheiro não compra tempo. Pelo contrário, investimos o nosso tempo para adquirir dinheiro. O problema aqui é, naturalmente, a falta de tempo, tempo esse que necessitamos para investir em nós mesmo(a)s.
Trocado por miúdos, estamos tão focados em ter dinheiro para investir depois que nos esquecemos de nós, de cuidar de nós, de nos darmos espaço para evoluir enquanto pessoas. O presente é muito importante – o dia de folga é importante; o fim-de-semana é importante; a viagem a um lugar novo é importante.
Não estou com isto a retirar a importância ao dinheiro, pois necessitamos dele para sobreviver e para adquirir coisas para nós e para quem mais estimamos. No entanto, por vezes, estamos tão focados em ter mais e mais e mais que acabamos por nos negligenciar, e é importante que tal não aconteça se queremos ser mais produtivos no dia-a-dia.
O dinheiro tem um peso significativo na nossa vida, é certo, mas precisamos de viver apenas em sua função? E se andarmos a juntar durante anos a fio e perdermos tudo numa catástrofe, numa crise financeira, ou numa guerra? De que nos servirá termos trabalhado tantas horas extra? Tantos dias de folga perdidos? De que nos vale tentar chegar a um patamar muito mais elevado se a queda é maior?
O equilíbrio é importante. Ganhar o suficiente para pagar as contas e ter algum dinheiro de parte para um investimento maior – uma viagem, um carro, ou mesmo um empréstimo – sim. Andar a trabalhar que nem um escravo para não ter tempo para si e para as pessoas que ama, não. O dinheiro não merece assim tanto do nosso esforço. O nosso tempo na Terra é limitado, por isso, usufrui de cada momento teu.
Elisabete Martins de Oliveira
30.10.2019