A praia invoca a saudade que em mim mora. Estico os dedos e quase lhe toco, na água fria que ondula ao seu ritmo. Inspiro o ar do mar salgado, os meus pulmões abrem-se para a sua chegada. Voo para um lugar que tanto me é familiar.
A mente é traiçoeira. Leva-me até aos recantos do meu ser sem que os possa verdadeiramente ver. Mas tudo é tão nítido! Esta água é tão cristalina que consigo contemplar, com um sorriso, o seu suave ondular. Sei que ela leva consigo a areia que piso, estes grãos cálidos sob os meus pés. Sei que a brisa faz esvoaçar os meus cabelos soltos, uma libertação que sinto tão claramente como um toque.
Ah, tão bons são os momentos que passo aqui! Contemplo todo o cenário, a toalha esticada sobre a areia, e as gargalhadas que são levadas pelo vento. Consigo ainda ouvir o canto das gaivotas, ao longe, sob as nuvens que se vão dissipando. Sinto o calor de um beijo, a ternura do toque e do olhar. Este momento é tão belo que as palavras me escapam quando o tento descrever.
Abro os olhos. Encontro o vazio, a quietude, o silêncio abrigado dos ventos.
Tudo isto já foi real.
E, no entanto, preservo na memória todo este encanto e saudades daquela praia. A praia onde, um dia, eu fui feliz.
Elisabete Martins de Oliveira
27.05.2020
Obrigada, Ana Gui! 😍 Só a intenção já é um tesouro. 🤗
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Como te compreendo. Tenho o privilégio de viver ao pé do mar. Quando quiseres uma foto ou um vídeo, dispõe. 😉 Não é a mesma coisa, mas já é qualquer coisa…
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